quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

A primeira impressão nem sempre é verdadeira!!

Um dia, assim que fiquei sabendo que o Morrissey viria ao Brasil para fazer alguns shows , comentei com alguns amigos:
"Nossa, que legal, o Morrisey vai fazer um show em São Paulo".

 Claro, poucas pessoas sabiam quem era o tal, já que ele não é tão popular como era antes, nos tempos do The Smiths. Então eu expliquei quem era, e até cantei uns refrões de alguns sucessos dele.

Pronto, foi o bastante para todo mundo se lembrar dele:

"Ah, mas esse cara não é viado?

Bem, nem tive tempo de responder a primeira pergunta, quando uma garota me olhou meio desconfiada, quem sabe querendo ver o que não havia percebido antes:

"Paulo, você é gay?

Mas que merda! 
Eu só disse que curto o som do cara, não que estou a fim de dar pra ele!!

Claro, argumentei que não tinha nada a ver, porque da mesma maneira que eu curtia Morrisey, eu também curtia rock pesado, reggae e até punk rock!

Sim, eu adoro Cólera, Inocentes, Garotos Podres, Dead Kennedys, The Clash, Rancid.

Então a coisa mudou de rumo, e em vez de gay, agora era encarado com um racista:

"Punk? Você gosta de música punk e de espancar nordestinos e gays!?" 

Oh, cabecinha de merda que este povinho tem!! 
Como é que eu ia querer espancar nordestinos se sou filho de cearense? 
Eu não sou punk, apenas gosto do som, mas quem foi que disse que punk é racista???

Afinal, que coisa é essa de viver em um mundo onde todo mundo adora fingir que não tem preconceito, mas basta você gostar de um tipo de música para ser rotulado?
Ah, me lembrei agora de quando comprei um CD do Planet Hemp e acabei virando o maconheiro do bairro.

E religião, então?

É só eu dizer que não tenho nenhuma religião para um babaca querer me convencer de que irei para o inferno.

Bem, para estas pessoas que adoram me condenar, a resposta que dou é que se eu tiver que ir para o inferno, com certeza nos encontraremos lá.

Agora, bom mesmo é quando elas perguntam se eu não acredito em Deus, e eu respondo:
"Sim eu acredito em Deus, por isso que não gosto de religiões!"

E as perguntas idiotas que tenho que ouvir quando agumas pessoas descobrem que eu escrevo um site sobre relacionamentos:

"Você come muitas mulheres?"
"As mulheres que te escrevem querem dar pra você?"



Mas eu até que gosto do efeito que minhas atitudes causam nas pessoas, porque assim fica muito mais fácil saber com quem estou lidando.

Por exemplo, eu sou um cara que gosta de presentear os amigos.
Só que numas dessas eu descobri que uma garota (que se dizia minha amiga) estava espalhando que eu era gay, só porque eu tinha dado um CD do Djavan para um amigo, que como eu, adora músicas. Só que isso não foi nada em comparação ao fato de algumas pessoas do meu antigo serviço acharem que eu tinha um caso com uma amiga (que era 100% lésbica) só porque eu costumava voltar do almoço trazendo um bombom ou um doce para ela .

Então, por acaso você acha que eu perderia meu tempo tentando dar explicações para gente desta estirpe? Oras que se danem quem acha que sou gay ou que sou tão "garanhão" que pego até uma lésbica.

O que eu quero mostrar é que muitas vezes a primeira impressão é a menos confiável.

E que muitas vezes os julgamentos são totalmente injustos, porque eles são feitos através das lentes dos preconceitos.

Por exemplo, eu tenho amigos que são negros, e nem por isso gostam de samba, rap, funk ou hip hop, mas de rock..Só que o maior preconceito vem exatamente dos negros, que olham para eles e perguntam quase que horrorizados:

"Cara, você gosta de heavy metal? Mas você é negro!!"

Aliás, eu tenho um amigo pernambucano que todas as vezes tem que se explicar:

"Eu sou pernambucano, mas não gosto de forró, detesto farinha de mandioca, e não suporto o calor!"

Seu pernambucano metido a paulista!!!! 
Não gostar de forró é até aceitável, mas destetar farinha de mandioca já é uma heresia!!!

Então, já fui tachado várias vezes de gay, galinha, racista, maconheiro, ateu, e até machista!!! E apesar de tudo que já disseram, eu estou pouco me lixando para o que pensam à meu respeito. Oras, se existe algo que me deixa de bem com a vida é saber que por mais que possam tentar me descrever, estas pessoas não sabem que minha maior qualidade é adorar ser odiado por quem desprezo!

E que valor teria ser admirado por estas pessoas?
Aliás, eu me sentiria mal se fosse amado por gente que me olha e já aponta o dedo: "Viado! Machista! maconheiro!!".

Para terminar, eu gostaria de lembrar de uma freira, que dava aula em um dos vários colégios católicos que eu estudei (sim, eu estudei em vários colégios católicos), que um dia me disse:

"Paulo, você tem uma qualidade que é não querer agradar ninguém, mas muitas vezes isso irá lhe mostrar que nem sempre podemos viver sem sorrir quando queremos chorar".

No começo eu sofri muito com esta minha "qualidade", mas depois de um tempo eu me senti tão bem com o ódio que minhas atitudes provocavam em certas pessoas, que hoje hoje eu posso repetir mais uma vez:

Meus amigos quem escolhe sou eu, nunca o contrário.
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